terça-feira, outubro 19, 2010

Ouvindo Jeff cantar baixinho
E o computador a roncar
Vejo a vida passar devagarinho
Sinto minha cabeça latejar


Comprimidos, lâmina, punhal
Uma solução qualquer serviria
Para cessar essa dor infernal
Que me atormenta a cada dia


Uma vontade de não ser mais nada
E de ser tudo, ao mesmo tempo
De ser tragada pela madrugada
Virar fumaça misturada ao vento

quinta-feira, outubro 14, 2010

Borboleta encasulada
É crisálida, inerte e solitária
Engaiolada em si mesma
Na escuridão involuntária

Lagarta livre e rastejante
Foi deixada pelo trajeto
O que restou foi uma casca
E um coração inquieto

Em um lindo dia de Sol
E luz de imenso esplendor
Sua casca então se abrirá
Para seu espanto e louvor

Asas pesadas e úmidas
O vento poderá então secar
Espere então, paciente
Até que elas sirvam pra voar

É hora de aprumar as asas
E voar por toda a cidade
E viver só pra sentir
O doce sabor da liberdade