quinta-feira, novembro 28, 2013


A vida se tornou um interminável pesadelo
Uma eterna sensação de devaneio
Apatia, consternação, desmazelo
Confusão, remorso e bloqueio

Lembranças que vêm do nada
Como uma avalanche a me soterrar
Me deixam no chão, estirada
Sem força alguma para levantar

Falta um pedaço imenso de mim
Que você levou consigo ao partir
É uma dor pesada e sem fim
Saber que você foi e me deixou aqui.

quarta-feira, novembro 27, 2013


Nem todas as lágrimas do mundo seriam capazes de expressar o tamanho da tristeza que sinto nesse momento. Saber que aquele adeus foi pra sempre, que aquele último toque na sua patinha foi realmente o último, que eu nunca mais vou poder te colocar no colo...
nunca mais é tempo demais!
Você foi meu anjinho, meu diabinho, meu menino, minha bola de pelos, meu bochechudo, meu gordo, meu companheiro, meu rei do mau-humor, meu sobrinho gato mais lindo desse mundo e eu nunca quero esquecer da sua maneira de ser, suas manias, seus gestos, suas implicâncias, tudo em você que vai fazer tanta falta.
Nesses quase 9 anos de vida, você foi muito amado e eu fiz tudo que pude pra que você soubesse disso todos os dias, com meus beijos, abraços, carinhos e brincadeiras. Ah, as brincadeiras... como você gostava de passar as madrugadas correndo e se escondendo pela casa, à espreita pra me assustar!
Vou demorar pra perder a mania de abrir a porta do banheiro com cuidado, pois você sempre estava lá encostado na porta, prestes a ser pisoteado por algum desavisado que saísse de lá. Aliás, fazer a gente quase te pisotear era sua especialidade, principalmente quando passávamos pela cozinha e você corria na nossa frente, fazendo aquele barulho de pombo e quase nos derrubando no chão. E por falar em cozinha, seu gosto refinado para comidas era inacreditável. Não gostava de quase nada além de ração, mas ficava louco quando sentia cheiro de café, scones e cupcakes de chocomenta, seus pratos exóticos favoritos!
A cama vai ficar mais vazia sem você, sem suas patinhas afofando o edredom, sem seus arranhões quando acordava assustado com algum movimento brusco de pés humanos. Ai, como vou sentir saudade dos seus arranhões, de contar sorrindo o porquê daquelas marcas no meu corpo e lembrar por dias de algo que você tinha aprontado.
Vou sentir falta da sua cara de desdém, da sua raiva quando alguém pegava na sua barriga, do carinho que a gente fazia na sua orelha e te dava coceira, das suas patinhas escorregando no chão quando você corria de algo que te assustava, do seu ronco quando dormia profundamente, do seu jeito de "insultar" quem passava perto demais de onde você estava, do seu jeito desastrado de comer ração e derrubar vários grãos ao redor da tigela, da delicadeza que você tinha ao beber água, do seu jeito de passar pelas nossas pernas meio "sem querer", da sua falta de habilidade pra enterrar as coisas na caixinha de areia (e do barulho das suas patas arranhando tudo que estivesse ao redor), da fungadinha que você costumava dar na minha boca quando eu me aproximava do seu rostinho.
Vai em paz, meu amor, que eu vou ficar aqui te amando pra sempre.

Para Salem (2005 - 2013)

sexta-feira, novembro 22, 2013


Às vezes parece que a gente tá fazendo tudo errado.
É como se a vida fosse uma incontável sucessão de erros, um ciclo interminável de desastres.
Nada parece fazer sentido quando deito a cabeça no travesseiro.
Minhas ideias, sentimentos e fracassos formam um emaranhado de coisas que não me deixam dormir... e depois não me deixam acordar daqueles sonhos malucos que não dizem nada... ou dizem tudo?
Cada vez que ajo com um pouco de decência, sou tratada como uma completa imbecil que não sabe o que faz (ou fala). Mas, pra mim, ELES é que são absurdos, ELES é que não enxergam além do próprio universo.
Será que estou errada em tentar me colocar no lugar do outro? Ou eu deveria me colocar no meu próprio lugar e não sair de lá nunca mais?

terça-feira, novembro 12, 2013


Amores plastificados
Beijos encenados
Namoros simulados
Depoimentos forçados

Poemas mentirosos
Atos indecorosos
Instintos perniciosos
Discursos asquerosos

Frivolidade evidente
Mau caráter indecente 
Mentalidade doente
Perversidade inerente

terça-feira, novembro 05, 2013


Já fui tantas que nem sei mais
Quem eu fui ou quem eu sou
Às vezes parece simples demais
Sou apenas aquilo que restou

Mas o que será que foi?
O que será que continua aqui?
O que será que insisto ser
Nessa difícil tarefa de existir?

Uma amálgama de emoções
Reside em minha alma inquieta
Medos, angústias, indecisões
E a certeza de uma vida incerta.