sábado, dezembro 18, 2010

Era um caminho escuro e tortuoso
Cheio de promessas não cumpridas
Tão repleto de planos frustrados
E de expectativas corroídas

Dentro daquele universo
Aquela sonhadora se perdeu
Sem rumo, sem saída
À tristeza ela se rendeu

Não lhe resta mais amor-próprio
Apenas a solidão de ser vazio
Em cada esquina, um desamor
A cada choro transborda um rio

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Ela demorou pra perceber
Suas rédeas em mãos alheias
Não era ela quem tinha o poder
De desviar daquelas ruas tão feias

Tapou os olhos, mas de nada adiantou
O ruído ainda entrava em seus ouvidos
"Vou acabar logo com isso!", ela pensou
Despertando seus desejos adormecidos.

terça-feira, dezembro 07, 2010


Só queria que minhas palavras pudessem voar
Dançando pela madrugada fria e calma
E chegassem até você, num leve sussurrar
Acalentando seu coração e sua alma

Sem dor ou pranto para lhe atormentar
Só o amor e a esperança restariam
Um mundo inteiro começaria a brotar
Em frente aos olhos que antes sofriam

O Sol traria consigo toda a luz que se possa ver
Fazendo raiar um dia repleto de cores
Um dia para recomeçar a viver
Apagando de vez todas as dores.

terça-feira, outubro 19, 2010

Ouvindo Jeff cantar baixinho
E o computador a roncar
Vejo a vida passar devagarinho
Sinto minha cabeça latejar


Comprimidos, lâmina, punhal
Uma solução qualquer serviria
Para cessar essa dor infernal
Que me atormenta a cada dia


Uma vontade de não ser mais nada
E de ser tudo, ao mesmo tempo
De ser tragada pela madrugada
Virar fumaça misturada ao vento

quinta-feira, outubro 14, 2010

Borboleta encasulada
É crisálida, inerte e solitária
Engaiolada em si mesma
Na escuridão involuntária

Lagarta livre e rastejante
Foi deixada pelo trajeto
O que restou foi uma casca
E um coração inquieto

Em um lindo dia de Sol
E luz de imenso esplendor
Sua casca então se abrirá
Para seu espanto e louvor

Asas pesadas e úmidas
O vento poderá então secar
Espere então, paciente
Até que elas sirvam pra voar

É hora de aprumar as asas
E voar por toda a cidade
E viver só pra sentir
O doce sabor da liberdade

terça-feira, agosto 31, 2010

Meu corpo cansado estremece
Minha mente parece não aguentar
Essa dor que minha alma já conhece
Chega sem ter hora pra voltar

Perdi as crenças e ilusões
E não enxergo nada além do real
O que me resta são as canções
E este estranho vendaval

Uma dor que não tem começo
E que parece não ter fim
Às vezes até enlouqueço
E acho que foi feita pra mim

sexta-feira, agosto 13, 2010

Quero ser tua sereia
Ó, meu doce marinheiro
Te encontar em alto mar
E sacudir o teu veleiro

Entoar uma linda canção
E deixá-lo encantado
Sem chance de reação
Totalmente acorrentado

Te levarei ao fundo do mar
Aonde serás meu rei
Lá poderei te amar
Pra sempre sua eu serei

sexta-feira, junho 18, 2010

O rádio voltou a falar comigo
Não quero mais escutar
Já não faz mais nenhum sentido
O que ele tem pra me falar

Palavras fúteis e ruídos
Me deixam deveras perturbada
Sono e sonhos destruídos
Digo "Bom dia" à Madrugada!

Meus dedos doem ao escrever
E neles, o esmalte descascado
Já não quero mais te ver
Só te ter aqui do meu lado

terça-feira, junho 15, 2010

Ela continua no mesmo lugar
À espera do que não chegou
Procurando encontrar um olhar
E o ônibus que não passou

Seu café não chegou à mesa
Nem sua companhia pro jantar
Continua sozinha e presa
Sem ninguém para lhe soltar

Os ponteiros se arrastam devagar
E o mundo parece ter parado
As horas parecem nem passar
O dia é mais que demorado

A paciência, afinal, se esgotou
Não era mais possível fingir
O café, pelo visto, esfriou
E a companhia parece não existir.

terça-feira, abril 27, 2010

Alegres pessoas passeiam ao longe
Como fantasmas turvos e cinzentos
Passeando pelo horizonte flamejante
Sem fraquezas ou tormentos

Todos aqueles risos estridentes
Machucam-me os ouvidos e a alma
Nada parece fazer sentido agora
Vou perdendo a paz e a calma

Aquela velha dor está de volta
Aquela que sempre me invadia
Será que está apenas de passagem
Ou veio fazer de mim moradia?

Sempre o mesmo enredo
Sem avisar, meu mundo desaba
Oh, doce Jeff, só você sabe
Que isto nunca acaba, nunca acaba...

terça-feira, abril 06, 2010

De hoje em diante
A liberdade nos guiará
Viveremos como Sid e Nancy
Até o amor nos matar

Detentos do amor
E escravos da paixão
Algemados pela dor
Unidos pelo coração

Um táxi para o céu
Ou pra qualquer outro lugar
Além deste mundo fodido
Em que não deveríamos estar.